quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Pelo direito de parar


Muito já se brigou pelo direito de ir e vir. Hoje eu só quero o direito de estacionar.
Sim, minha gente. Parar razoavelmente perto de onde eu pretendo ir. A questão da acessibilidade na cidade de São Paulo é crítica. Nessas semanas finais da gravidez senti na pele o que idosos e deficientes passam e descobri que eles têm leis para legitimar o direito a um tratamento mais humano nas vagas e filas e nós, gestantes, não.


Quando estamos sem barriga e vemos este símbolo aí em cima, achamos que está tudo bem. Mas é só procurarmos com atenção a tal vaga para barrigudas ou mulheres com bebê que descobrimos que elas não existem. Se o símbolo na entrada do estacionamento diz que há vagas para todas as pessoas com limitações de locomoção, quando chegamos perto da entrada  do estabelecimento propriamente dito, seja shopping, supermercado, farmácia ou qualquer outro; o símbolo pintado no chão não deixa dúvidas. A vaga, na verdade, é para cadeirantes e idosos.
O estabelecimento jogou para a gestante a decisão de ou descumprir a lei e as regras do bom senso e ocupar uma vaga destinada a cadeirantes e idosos ou circular pelo estacionamento até encontrar uma vaga comum mesmo.
Tenho optado por procurar a vaga comum, mas confesso que quem sai perdendo é o comerciante. Quando consigo chegar até a loja já andei tanto no estacionamento que estou cansada, sem fôlego e com os pés (ah, os pés...) inchados. Então compro o mínimo possível e vou embora.
Supermercados se esquecem que é a mãe, na maioria dos casos, que abastece a despensa do lar; shoppings se esquecem que, nos meses finais de gestação, as mães tem que dar conta de uma lista enorme de produtos para a chegada do bebê. São muitos itens. De roupas a enxoval, de produtos de higiene a brinquedos, de lembrancinhas até móveis e artigos de decoração.
E não é só a distância que incomoda a quem chega ao sétimo ou oitavo mês de gestação. O espaço entre as vagas também não colabora. Precisamos de espaço para abrir a porta o máximo possível, projetar as pernas para fora do carro e apoiar as mãos para impulsionar o corpo para cima. Sair do carro exige uma ginástica. E entrar nele de volta também! Vagas mais largas nos ajudariam muito.

*Obs 1: Pra não dizer que não existe vaga só para gestante e mamães com bebês, encontrei uma no Wal Mart recentemente. O supermercado ampliou a oferta de produtos para bebês, criou uma área só para estes produtos e a vaga no estacionamento complementa a novidade. Espero que continue e que outros varejistas sigam o exemplo.

*Obsb2: O que não está legal no Wal Mart é a limpeza dos banheiros da unidade da Chácara Flora. Nojinho!

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