segunda-feira, 21 de maio de 2012

Temores da mãe de 40

Encontrei uma matéria antiga na revista Crescer sobre o comportamento das mamães com mais de 40 anos. Diz o texto que, apesar da maturidade, essas mães são ligadonas no conceito de saúde total por receio de perder o único filho que têm. A matéria comenta que em casos de reprodução assistida, as futuras mamães carregam o desejo de terem gêmeos para já saírem da maternidade com a "família completa". Engraçado como nos achamos seres únicos, diferentes e especiais e, na maioria das vezes, agimos igual a todo mundo. Fiz várias tentativas de reprodução assistida. Em alguns processos produzimos vários óvulos, devido a estimulação de medicamentos específicos. Estes óvulos são fecundados e o casal tem de decidir quantos embriões implantar - até o limite de quatro, conforme regra brasileira. É uma decisão baseada totalmente no chute. Quanto mais embrião, maior a chance de que pelo menos um siga adiante rumo a vida, mas também aumentam os riscos de gêmeos, trigêmeos ou quádruplos. Nessa loteria, a probabilidade de sucesso está intimamente relacionada com os custos do tratamento (tanto o financeiro quanto o custo emocional). Há quatro anos, quando começamos esta jornada, decidimos que colocaríamos dois embriões em cada tentativa. O restante? Congelaríamos para tentativas futuras. E assim foi. Confesso, porém que à medida em que acumulávamos resultados negativos e que o tempo ia passando, minha pressão em casa para arriscarmos implanta três ou quatro embriões de uma só vez aumentava. Pura ansiedade. E por mais que o lado prático me inspire a ser uma mãe descolada, há uma forte tendência de eu me tornar uma superprotetora maníaca por limpeza, saúde, alimentação saudável.

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