Postado em 28/11/2010
Sinto a presença de minha mãe diariamente. Percebo a ação dela, como um anjo da guarda, me protegendo nos momentos mais difíceis. Lembro de suas histórias, do seu tempero, das suas gracinhas e da grande energia com a qual venceu barreiras, amou e educou seus filhos com um carinho muito maior do que já teve na vida.
Quando ela se foi levou junto muito da minha alegria, do brilho nos meus olhos e até da minha vontade de continuar por aqui. Foi o amor e a generosidade do meu marido que me inspirou e deu coragem para ir atrás do sonho de ser mãe. Diferentemente da maioria das mulheres, ser mãe não era uma realização para mim. Durante os 36 anos em que minha mãe esteve ao eu lado, minha relação mãe-filha estava completa e meu papel, bem definido, Sempre me vi como filha e não como mãe. Quando ela se foi eu comecei a sentir que um filho poderia balancear de novo a minha vida e levar adiante o legado de minha linda mãe.
Foram anos de tentativas até apelar para a ciência em 2009. A partir daí, entrei em uma rotina de comprimidos, injeções, exames, termos técnicos, médicos e...até agora nada. Quer dizer vivo uma montanha russa de emoções, em parte pelas doses cavalares de hormônios, em parte pelo turbilhão de emoções que ora são de esperança e expectativa e ora de frustração e decepção. A parte visível são 25 quilos a mais. Passei dos 50 para os 75 quilos, engordei exatamente a metade do meu peso normal. Troquei de guarda-roupas duas vezes e até o meu pé aumentou de tamanho.
Minha mais recente fertilização in vitro pelo método ICSI deu beta negativo, mas dela restaram dois embriões congelados que pretendo implantar em breve. Estou empolgada com esta nova tentativa e a possibilidade de ter um bebê ou dois. Esta esperança e a sensação de que minha mãe está aqui do meu lado me dão uma energia tão grande...
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