segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Biologia

Postado em 08/06/2010
Zigotos, gametas, mitoses, meioses. Na época em que eu fazia o cruzamento de AaBb na escola e as probabilidades de surgirem ervilhas crespas numa família de ervilhas lisas, jamais poderia imaginar que um dia estaria vivenciando esta teoria tão na prática. 
O primeiro bebê de proveta foi criado no final dos anos 70, para horror da Igreja e de parte dos cientistas. Para as pessoas comuns havia a vergonha de relevar que conceberam um filho por manipulação de laboratório e medo de que este processo gerasse monstrinhos. Os primeiros médicos a arriscarem tais métodos eram tão duramente hostilizados. Para a nossa sorte, eles persistiram e hoje mais de 3 milhões de crianças em todo o mundo foram geradas por técnicas de fertilização in vitro. 
A técnica que estou experimentando agora é uma das mais avançadas e acredito que seja a correta para o meu caso específico. É a Injeção Intracitoplasmática de Espermatozóides (Intracytoplasmic Sperm Injection, ICSI). Nela, o espermatozóide é injetado diretamente no interior do óvulo e depois, o embrião formado por este encontro é, então, transferido para o útero.
Meus folículos foram aspirados ontem - como paciente, só posso dizer que foi como um exame ginecológico com anestesia. Quando acordei a coleta já havia sido feita - e hoje gametas do meu marido foram injetados nos meus óvulos - um para um - lá no laboratório. A diferença deste método para a fertilização in vitro (FIV) é que neste o esperatozóide é injetado no óvulo enquanto na FIV os óvulos são transferidos para uma placa no laboratório, na qual são colocados junto com os espermatozóides para que ocorra a fertilização. 
Fertilização feita, as células começam a se multiplicar ainda lá no laboratório, nesta fase já podem ser chamados de embríões.
Em dois dias a clínica irá me chamar para fazer a transferência dos embriões, que é a colocação de um ovo, que foi fertilizado fora, no interior do útero da mulher. Aí é comigo de novo. A implantação do embrião no útero é a fase mais delicada deste processo. Eu já estou tomando doses de progesterona pra ajudar e vou tentar ao máximo reduzir o meu ritmo de trabalho pra deixar o nenê quietinho no forninho.

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